à minha frente e todos os teus amigos, és uma pessoa, à frente deles és outra. fazes-te de santa, de menininha da mamã, queres parecer estudiosa, amável, querida, só para quando chegar a hora da verdade, fingires não ter nada a ver com o assunto. fazeres aquele teu olharzinho, baixar a cabeça e espojares o teu sorriso inocente como quem diz "oh perdão. não fazia ideia". por favor, e quando eu tento chamar tudo e todos à atenção para o que realmente és, todos me pedem para ter juízo. será? poupem-me, juízo é o que todos deveriam ter para deixarem de acreditar nessas tuas farsas, que tanto me começam a irritar, a tirar a rolha que tenho posta na boca, para evitar mandar um berro aos quatro cantos do mundo, dizendo o quanto me enervas e me ofendes por seres assim.
enervar? eu ainda falo em enervar? oh, a verdade é que competes comigo, de propósito. eu, parva, dou luta, é discreta, mas dou. não suporto a ideia de te ver melhor que eu. ainda por cima tu, rapariga das duas caras. as letras são a minha vida, agora até nelas tendes em querer superar-me. a minha cabeça ferve, os meus poros estão inchados de tanto te ver querer vencer, pisando-me. tens uma cara, usas duas personalidades. mas a minha santa cabecinha não aguenta mais esse teu joguinho duplo, a minha santa paciência está transformada em água, por tão ruídinha que me deixas.
não me peças para ser mais específica quando sabes melhor que ninguém que é de ti que falo, quando sabes que és tu que me pões os nervos em franja, que és tu que gastas a tua vida a tentar superar-me, fazendo com que eu gaste a minha a atirar bacias de água fria para cima de mim, para tentar apagar esse fogo que gostas de pegar.
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