banco de jardim

foi no banco de jardim que cometi a maior loucura da minha vida. agi de forma que nunca agi. onde estava a minha cabeça?

e foi assim. enchi-me de coragem e quando cheguei lá, nada saiu da minha boca. ou melhor, quase nada. no momento o que fluiu mais foram as lágrimas lavadas em sentimentos do que as palavras meladas de indecisão. e tu? ris-te para quebrar o gelo (que sorriso, meu Deus, que saudade). que simpático. eu não te pedi para quebrares o gelo um milhão e seiscentas e cinquenta e sete vezes pois não? impediste-me de dizer tudo o que queria. enchi-me de coragem e tudo o que saiu foi tudo o que eu não queria que saísse. ou melhor, foi tudo de nada. é isso.

a madeira do banco era áspera e pelo contrário a tua mão estava tão suave encostada ao meu braço. fiquei tonta quando me tocas-te. arrepiei-me quando me puxas-te contra ti e me abraças-te apenas com o intuito de me acolher e de parar as lágrimas que teimavam em correr em cachoeira. foram vinte e cinco minutos. vinte e cinco minutos em que fiz tudo o que em tanto tempo remei contra. e pior? gostei. pior? acho que não tinha uma sensação de paz comigo mesma, desde a ultima vez em que me tinhas tocado. pior? estava totalmente errada.

és pior que o café, bem pior. e eu gosto.

a minha vida é (e se calhar, apenas está) uma autentica salada de fruta. ofereceste-te para me levares e eu nem sequer consegui recusar. levantar-me daquele banco de jardim, infelizmente, não foi acordar para a vida. e agora? leva-me.

da próxima vez que me sentar naquele banco, contigo ou sem ti, gostava que as recordações não fossem apenas daqueles vinte e cinco minutos.