reclamar á morte, o que ela me tirou.

estou em choque. não sei o que é desdepedir-me de alguém, quando é para sempre. nunca o fiz. e nem o quero fazer, jamais. foste o meu primeiro cão e é inevitavel não chorar, quando sei que não te poderei trazer de volta á vida, como tanto quero, como tanto desejo.

sei que não vou mais acordar com as tuas lambidelas, sei que não vou mais ser avisada da chegada de alguém com os teus latidos e sei, dolorosamente, que não vou mais ver o brilho nesse teu olhar canino, cada vez que me sento á mesa, ou cada vez que vá ao frigorifico.
dói-me saber que não terei mais ao meu lado o apoio e o amiguinho que tive tão presente na minha vida, nestes ultimos três anos. apetece-me aniquilar a morte, assim como ela te aniquilou a ti. apetece-me gritar ao mundo o quanto te quero de volta :x
não me venham dizer que estava na hora. NÃO estava! envenenaram-te. eu sei que sim. tiraram-te a vida, como se fosse ainda mais facil que tirar um doce a uma criança.
e é por isto que odeio o Homem. o meu cão não era nenhum coelho, ou alguma corça que se matasse para comer. mataram-no, por matar. mataram-no por gosto, por maldade.

não eras apenas um cão. eras o Pantufa, o meu cão. o cão que esteve sempre comigo. o cão que nunca me abandonou. tinhas os teus dias em que decidias passear e ver as novidades das cadelas da zona, era normal. mas quando me deixavam sozinha... quando me faziam chorar... eras tu que saltavas para o meu colo e me lambias a cara com aquele teu halito fedurento, que eu hoje dava tudo para voltar a ter. lamento imenso, o quanto te fizeram sofrer, meu pequenino :c

digam o que disserem, estarás sempre no meu coração. ninguém sabe o quanto me custou despedir, o quanto me doeu ter que te enterrar e o quanto me doi saber que não te terei de novo no meu colo. eterno Pantufa.

30.04.2006/05.08.2009

Pantufa, meu companheiro.