grande amor?

sentada na minha cadeira, com o portátil nas pernas, penso mas minhas próximas palavras e chego á conclusão que não sei o que vou dizer, sabendo que mesmo assim continuo com uma infinita quantidade de palavras por dizer.

abri a janela, hoje está abafado. mesmo sem pensar na possivelmente enorme quantidade de melgas que poderão entrar, correndo o risco de me arruinar a noite e me deixar com incríveis marcas na minha doce (sim, isso mesmo, doce) pele, tentei ignorar e tentar sentir a suave brisa que agora entra pela janela. fechei os olhos e jurei a mim mesma que não vou escrever nada triste. (sim, isto tem uma grande história. hoje vi um blog, que criticava todos os outros e de certa forma, senti-me de veras ofendida e estou decidida a provar a essa/e bloguista que os blogs que tratam de assuntos do coração nunca serão monótonos, nem lamechas ou secantes. mas sim, verídicos e apaixonados, pois dedicamos-lhes algo nosso, algo genuíno)

hoje sinto-me bem, sinto-me eu. é possivel sentir-me assim? eu creio que sim, embora alguém me ter dito que não sabia o que isto seria, pois eu sei. e prometi ajudar-te a sentir o que eu sinto, nestas noites quentes de verão em que a brisa suave da noite entra pela janela e tu fechas os olhos para te tentares encontrar. e assim, verás como é fácil.

a vida corre a cada minuto e quer acredite quer não, é o relógio que nos transmite essa realidade e eu estou simplesmente a vê-la passar, aqui. sentada nesta cadeira de verga negra que range cada vez que tento trocar de posição. decidi que não o vou fazer, ou melhor apenas por uns instantes vou tentar ignorar o facto do relógio não, nunca, jamais em tempo algum poder parar e continuar aqui sentada a escrever.

ontem vi algo que me deixou a pensar. e de algum modo, acho que não pensava assim há algum tempo. ao ver um casal de namorados a despedir-se não uma, não duas, não três... mas inúmeras vezes antes de ir embora, mesmo sabendo que passado uns instantes, uma hora, um dia, uma semana se voltariam a encontrar e trocariam todas aquelas caricias meladas de amor que um casal apaixonado troca, fiquei confundida. seriamente confundida. comecei a pensar se aquilo seria um manifesto de posse e obsessão das duas partes ou então apenas mais um manifesto de carinho de um casal feliz, vivendo o seu grande amor (mesmo sabendo que hoje em dia os grandes amores da classe juvenil pode mesmo prolongar-se apenas por uma semana e este nunca deixará de ser um grande amor) assim sendo, comecei a perguntar-me o que seria ao certo um grande amor. porque o facto de eu achar que vivi um grande amor, não significa que esta minha definição se encaixe em todas as outras relações de todas as outras pessoas. então, fiquei sempre naquela duvida (...)

se eu não vivi um grande amor, quem viveu e como viveu?

o que é um grande amor?