quarta-feira, 12 de agosto de 2009

suspiros.

e nós somos assim, fáceis. somos um sopro quente, ou talvez menos frio que tantos outros. limitamos-nos a limitar os nossos conhecimentos e a ilimitar os nossos erros. somos fáceis, que nem tudo. esquecemos-nos das verdades para construir os sonhos, as ilusões... ou apenas para fingir viver dentro deles...

... esquecemos-nos do que é viver, do que é querer. esquecemos-nos do que é estar sentado á lareira numa tarde húmida, ou do que é preencher cada poro com o suor de uma dia preenchido. trocam os olhares que nos despem até chegar ao coração por mensagens frias e distantes, esquecem-se dos lábios ternos que nos acolhem e dos braços quentes que nos mantêm e olham para fútil e para o (in)desejável. olham para os pormenores, como se eles não passassem disso. pormenores. e tendem em acreditar que a vida está marcada pelas grandes coisas, não por aquelas que fazemos pelo quotidiano. essas enterram-nas na ignorância.
mas diz-me a verdade! quantas vezes corres-te na chuva, independentemente da tua roupa ficar colada ao corpo ou do cheiro da terra molhada invadir o teu nariz? quantas vezes fizes-te por sentir o vento na cara, sem pretenderes que isso te varresse algum problema? quantas vezes confias-te em alguém sem medo que te desiludissem? quantas, quantas vezes o fizes-te por ti e não pelos outros? ou quantas vezes pensas-te em não pentear o cabelo, porque te queres libertar da imagem fútil que todos nós trazemos agarrados ao peito? poucas, muito poucas. pois mais nada importa, mais nada nos aquece ou nos arrefece. há quanto tempo não dás tu um suspiro saudável e pintas o peito de vermelho, para te agarrares ao que tens? nenhuma. e quantas vezes pensas-te em mudar isso? nenhuma, de novo.
eu quero um anjo, um anjo para cuidar de mim e me levar todos estes pensamentos. um anjo para me dar um beijo de boa noite e me lavar os dentes. quero um anjo que me penteie e que me acorde com sussurros de criança. quero um pequenino anjo que fique e que não vá. quero um anjo que não diga adeus nunca. porque as despedidas doem e custam a cicatrizar, porque a dor do abandono é inúmeras vezes maior do que qualquer outra. quero um anjo que fique, um anjo para cuidar, para poder amar. quero-o para mim, com toda a sede que tenho.
apartir de hoje, o amor não vai viver na casa ao lado, porque o convidei para entrar na minha e ele aceitou. agora fica, fica para sempre.
hoje a minha vida chamou-se Anjo.

6 comentários:

  1. "eu quero um anjo, um anjo para cuidar de mim e me levar todos estes pensamentos. um anjo para me dar um beijo de boa noite e me lavar os dentes. quero um anjo que me penteie e que me acorde com sussurros de criança. quero um pequenino anjo que fique e que não vá. quero um anjo que não diga adeus nunca."

    quem não quer um anjo assim, quem? eu também preciso de encontrar um anjo rapidamente, tou a entrar em desespero.
    mas enfim, problemas do quotidiano. não há nada a fazer em relação a isso, temos de passar por isto. e Rita, tudo o que passamos e estamos a passar vai tronar nos mais fortes no futuro, acredita <3

    beijo

    ResponderEliminar
  2. que lindo :o

    eu nao gosto de chorar, odeio, evito :x

    ResponderEliminar
  3. lindo! escreves muito bem..

    e obrigada pelo comentário :)

    beijinho.*

    ResponderEliminar

quando escreveres, sê num todo o que és. eu quero ler-te.